Foi um prazer, Cora!
Entrei e sentei
Esperando ouvir o sinal
Ter a permissão de mexer e conhecer
aquela
Da tela
com cabelinhos brancos.
Até que enfim chegou o convite
E na expectativa de entender
Comecei a observar e ler
Levantei-me e fiquei emocionada
Vi nas linhas do tempo
Uma mulher à frente do seu tempo
Na cozinha, a moça relatava em tom mecânico
Os passos que levaram a dona da casa
a ser prestigiada.
As informações foram se encaixando
e o meu coração alçando voos
Estímulos de admiração e gratidão,
visto que eu já não estava sozinha
naquela imensa solidão.
Sim, os devaneios da escrita
são as loucuras do homem
que busca nas palavras
a terapia
para a própria fome
Fome de ver, de viver
Fome de amar, até de morrer
Fome de fazer
Fazer tudo acontecer
Fome de tocar o outro
e fazê-lo perceber
que ainda tem gente
com vontade de ser
Vi Cora
Vi-me em Cora
E agora?
Farei da alma da mulher que agora chora
A voz daquela que um dia foi embora.
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