Quem apagou a luz?

Aff, ainda estamos de quarentena!

Desde o dia 15 de março, que as as atividades de consumo estão limitadas: shoppings, lojas de rua, bares, restaurantes, agências de viagens, rodoviárias, aeroportos e bancas de camelô. 

Nos jornais, as noticias são complexas e cheias de imposição. Ninguém sabe informar de forma segura como surgiu o vírus, no entanto a palavra de ordem é "Fica em casa". 

Presidentes, ministros, deputados, governadores e prefeitos estão caminhando em direções opostas. Cada um segue uma trilha de acordo com seu próprio "achismo".

O povo, massa de poder que recebe direções de seus governantes, já não sabe que conselhos seguir. Há governadores querendo prender o cidadão, devido à desobediência ao isolamento social, e outros querendo liberar uma parcela do povo para trabalhar, pois a economia não pode parar. 

 O certo é que um ser invisível, batizado de COVID 19,  está livre, fazendo turismo ilegal em todas as nações. 

De quem é a culpa? Bom , ninguém quer levar a conta pra casa. Países guerreiam entre si por palavras, gestos e decretos. Estados Unidos, China, Itália, Equador, Inglaterra, Índia, Brasil, todos lutando e até o momento não apresentaram nenhuma solução eficaz para vencer o intruso invisível. 

O povo está em casa. Não se sabe até quando irão suportar a prisão domiciliar. Alguns já perderam o riso, outros tentam mantê-lo por meio de criações e diversão. Maridos, esposas, filhos antes se trombavam, hoje dividem tarefas em casa. 

Uns choram pelo emprego que perdeu, outros pelo parente que morreu. Falta de ar, tosse seca, cansaço, falta de apetite, fique em casa, pode ser a COVID. 

Cadê meus vizinhos? Cadê meu professor? Cadê meu aluno? Cadê o padre e o pastor? E os carros pra onde foram? O que  aconteceu com a cidade? Está tudo tão limpo e aberto. Muito concreto, placas, anúncios, semáforo, pra quem? 

O parque está vazio, cadê as crianças? O carrinho de pipoca na porta da escola, cadê? Cadê o menino que corria atrás da pipa e da bola!?

Silêncio! 

 Está tudo tão sem graça! Apagaram a luz. Sim a verdadeira luz foi tirada. Estão todos em casa, quietos, atentos, aguardando o grande dia, a esplêndida hora que a escuridão irá embora. Não adianta acender uma vela, contar história, comer bolo fora de hora; não adianta contar piada, fazer palhaçada ou olhar pra fora. Queremos a luz de volta!

Quero andar nas ruas! Cumprimentar , dizer "olá! Bom dia, Como o senhor está?" Assim vem o sorriso, o abraço amigo, pois a gente gosta é de se achegar! Tomar o café na calçada ou em pé na porta. "Como vai seu Zé? " "e a senhora, dona Maria, como vai as coisas em casa e com com a família? "

Ai que vontade de ver gente, descer de escada rolante; descer e subir no ônibus, sentar ao lado de gente como a gente. Acordar cedo, cumprimentar o porteiro, dizer "Bom dia, mais tarde te vejo".

Sim, essa nuvem de incertezas, medo, insegurança, desconfiança precisa acabar! O homem viver assim não dá. 

Ou! Quem apagou a luz? Por favor, venha logo! Deixa a luz voltar! Eu quero abraçar, eu quero cumprimentar. Deixa a luz voltar!