Magra de ruim
Lá pelos meus 14 anos, morando em outra cidade, passei por uma situação inesperada. Eu era muito magra e comia de tudo. Não existe aquele ditado que "a pessoa não engorda de ruim que é", pois então, eu era uma dessas pessoas. Comia, comia e comia e era um palito. Ingeria muita fritura, doces, biscoitos e refrigerante, tudo o que uma adolescente ama.
Em casa era ovo frito no café da manhã; na escola era coxinha ou uma esfirra de frango com catupiry.
Consumia muito lanche: cachorro-quente, pastel. E pra completar meus tios eram donos de uma mercearia. Imagina: eu me sentia como no filme A fábrica de chocolates. Sonho de qualquer jovem estar sempre cercado de doces, bolachas, sorvetes, tudo a mão. E pra completar meu tio sempre me dava dinheiro pro lanche e eu amava isso.
Mas um dia a conta chegou. De tanto comer besteiras, comecei a sentir uma dor insuportável no estômago. Tudo o que comia doía. Aquilo já estava demais pra mim. E quando isso acontecia, eu me inclinava de tanta dor.
Nesse período, eu congregava na igreja do bairro onde morava. Já havia aceitado Jesus.
Numa dessas noites de domingo de culto, cheguei em casa e fui pro meu quarto. Só de pensar em comida, o estômago doía. Foi aí que decidi me ajoelhar no pé da cama. Fiquei encurvada de tanta dor. Não podia chamar por minha mãe porque ela estava a quilômetros e quilômetros de distância de mim. E por algum motivo não comuniquei minha tia sobre o que estava acontecendo. Acredito que não queria importuná-la com minhas queixas. Então decidi colocar a minha profissão de fé em prática. Orei a Jesus. Disse a ele como estava me sentindo. Falei que não aguentava mais aquela dor, que eu precisava de uma cura. - Jesus, tira essa dor do meu estômago! Chorei, lágrimas rolavam do meu rosto. Um choro silencioso, mas cheio de angustia e medo, pois não queria ficar doente longe de meus pais nem dar trabalho para minha tia, que fazia tudo por mim.
Depois de me derramar com minha ingênua fé, fui dormir. E pra alegria da minha alma, no outro dia , eu não sentia mais nada. Que coisa incrível, eu havia recebido uma cura. Algo inexplicável aconteceu. Não havia mais dor.
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