O porteiro

 Que dia é hoje?

Que mês estamos? 

Já esqueci. As horas já não mais importam.

Não conto mais os segundos nem vejo os minutos.

Meus relógios se quebraram, outros simplesmente pararam.

Já não faço muitos planos.

Não me arrumo pra sair. 

Agora vejo apenas dois tempos:

Um para os que dormem

O outro para os que esperam.

Ás vezes quero dormir, mas algo mais forte chama por mim.

Meu coração expecta

De repente ele anseia

É uma hora não agendada

Mas ele sabe que está perto de vir

Me levanto. 

O tempo me causa espanto

Mesmo sem medi-lo ele passa

 e não espera por quem faz corpo mole ou pirraça.

Quando me desperto, eu observo, creio e cresço.


Busco, caminho, construo, viajo 

mesmo num tempo sem escalas.

Não posso dormir.

A esperança precisa continuar acesa.

Essa é a hora.

O coração diz: pegue sua lâmpada!

Ilumine a casa, 

lumine a estrada!

Ele vem chegando.

Estou vendo o porteiro

 Ele é o tempo 

do jardim onde não és



passageiro. 


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