Vitupério
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij0fbbAQhbTzb4HMLoqXIdkYzRZ89KCmL0QeJK5YhNrDy1OZdXv6B_s6PlrQu5vXt3OLoPw3p40hBxeU87D85sddjm0plPS-aOJ110j7lMQXnCfNE5XQoWhNtEULNa3_h7zRLHH7pfE7wz/s0/teia+de+aranha.jpg)
De repente vi-me agarrada a uma teia de aranha. Tentei de inúmeras formas me desvencilhar de cada linha que me capturava, mas nada acontecia. Colocava peso em uma das mãos, empurrava com a outra. Dava impulso flexionando os joelhos, porém retornava a posição de Cristo. Ali fiquei, estatelada na teia ,pegando fôlego para tentar outra vez. Já não suportava aquele grude dos novelos colantes em meu corpo. Não podia colocar a lingua para fora e dizer uns palavrões, pois se fizesse isso corria o risco da minha língua ficar presa. E isso seria catástrófico, pois iriam dizer: "Está vendo, bem feito! Foi falar demais! Quem mandou ter a língua grande!" Meu coração batia acelerado, visto que os esforços para sair das enlaçadas me cansavam. Eu estava com medo. Aqualquer hora a dona daquela teia iria aparecer, ou seriam donos? Fiquei ainda mais apavorada. Não tinha mais força nas pernas nem nas mãos. Um grito!- pensei: "Quem sabe se eu der um grito, um gato venha do abismo e me tire...